Live Like a Knight || cap. O7

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- não...

Em frente de Rafaela estava Michael. Ele estava sentado numa cadeira amarrado nas pernas e no tronco, e no pulso esquerdo um grande corte sangrava sujando tudo à sua volta, para Rafaela aquele corte parecia muito profundo e seria incapaz de curá-lo assim, na mente da menina apenas aparecia aquela imagem de Michael inconsciente. Rafaela parecia perder as forças nas pernas, ela nunca conhecera a sua mãe porque morreu demasiado cedo, mas agora perder o seu pai, a pessoa que mais admira, que mais ama, não! Para Rafaela isso não poderia acontecer, como viveria ela sem o seu pai?

- Papá… - Rafaela colocou as mãos como que a tapar os seus olhos daquela cena, fechou os olhos, mas aparecia-lhe sempre aquela imagem na mente e então começou a chorar, mas ouviu aquela voz que lhe era familiar ‘’Chorar não resolve nada! Rafa, tenta dar o teu melhor’’ – é isso! Não vou deixar…

Rafaela olhou para Michael com um olhar determinado, precisava de tentar ajudar Michael, ainda não estava tudo perdido. Primeiro aproximou-se dele e tentou perceber se ele ainda estava vivo. Rafaela deixou cair lágrimas ao perceber que o coração de Michael continuava a bater, o coração de Rafaela sofreu um alivio tão grande que ela só tinha vontade de abraçar-se a Michael e chorar. Mas isso tinha que ficar para depois! A rapariga foi até à casa de banho do quarto, lá encontrou um copo e encheu-o com água, voltou para ao pé do seu pai, notou que a camisa e as calças de Michael estavam completamente sujas de sangue e no chão, banhada com o sangue dele, encontrava-se uma faca, Rafaela pegou na faca e, com cuidado para não magoar Michael, cortou as cordas que amarravam-no, depois rasgou a sua camisola na manga e colocou em volta do pulso de Michael apertando de maneira a parar de sangrar, no final deu um golo de agua a Michael e continuou ali de joelhos agarrada a Michael rezando para que este acordasse e não fosse demasiado tarde para ele. Rafaela voltou a dar agua a Michael, não tinha certeza que ele bebia, mas ao menos molhava-lhe os lábios e ela esperava que isso já fosse algo para ele acordar. Michael sentiu o fresco da agua nos seus lábios e passado um tempo conseguiu ganhar a ''batalha'' abrindo os olhos muito devagar e levemente.

-Pai? – Rafaela sentira Michael a ficar consciente tinha uma enorme vontade de chorar de alegria, sentia-se tão aliviada por Michael estar vivo, mas sabia que tinha de pensar em sair dali.

- Fi…lha…?... – disse enquanto sentia a água nos seus lábios. Michael estava feliz por ver a filha, mas depois uma preocupação inundou-lhe os pensamentos – Que…… fazes aqui?

- Não posso deixar o meu pai esvaziar-se em sangue! – disse enquanto dava a Michael mais um golo de água e se levantava abraçando Michael que continuava sentado na cadeira. Depois Rafaela seguiu e começou a pensar numa maneira de saírem dali os dois ‘’temos de sair de aqui, mas como?’’

- Não deve…ri..as fa..zer… isso… - olhou para Rafaela que parecia procurar alguma coisa – Que se passa?...

- Como vamos sair daqui? Há um grande homem à porta! Não sei como havemos de sair… -olhou para a frente - é isso! - Rafaela pensou numa possível saída, mas então lembrou-se da condição em que Michael estava - não… não dá!

- Isso o quê, filha?

- Não dá, pai! Tu não estás bem para sairmos por ali…

Michael ao ouvir a resposta da filha apenas pensou que se não houver outra saída, muito possivelmente eles voltam e encontram Rafaela, e isso ele não queria. Michael tentou ganhar coragem e força e colocou-se de pé. Quando se colocou de pé olhando para Rafaela começou a ver tudo nublado e encostou-se bruscamente à mesa que ali estava, sentia-se como que se ao mínimo esforço perde-se toda a sua força e caísse no chão, inconsciente. Michael sabia perfeitamente que não se aguentava sequer de pé, também sabia que era normal depois de ter perdido muito sangue, já era um milagre ele aguentar-se acordado, mas tinha de arranjar essa força, para levar Rafaela dali em segurança.

- Eu estou bem! – disse olhando para uma caixa prateada  que se encontrava em cima da mesa - Estavas a pensar no quê?

- Estava a pensar na Janela – disse olhando para o chão, preocupada – Mas estamos no 2º andar… - disse levantando o olhar para Michael já aflita

- Usaremos a Janela!

- Mas… Pai!

- Não te preocupes comigo, filha! Faremos trabalho de equipa para sair daqui. Vais ver que daqui a nada estamos em casa – disse tirando o seu relógio da caixa prateada – usaremos esta corda para saltar… confirma se o KITT poderá ir para aí

- Pode!

- KITT!  - disse falando para o relógio.

- Michael? És tu? Estas bem? A Rafaela está no Hotel Central! Eu estou preocupado! 

- Sim, KITT. Eu sei, ela está comigo. Não te preocupes. Podes vir para as traseiras do Hotel?

- Ainda bem. Ok! Vou a caminho!

- Obrigado, parceiro – Michael olhou para Rafaela e reparou nas suas lágrimas e preocupação – eu estou bem... vamos sair daqui está bem?

Rafaela amarrou uma corda da maneira como Michael dissera e depois lançou a corda pela janela. Michael, obrigado por Rafaela foi o primeiro a descer. Quando Michael estava quase a chegar ao chão, Rafaela começou a descer, mas quando ia a descer sentiu a porta do quarto a abrir e ouviu o homem a chamar ‘’Tanya’’ nisso uma mulher que Rafaela não conseguiu ver muito bem, apareceu na janela falou para os dois Knight dizendo que teria o que queria e cortou a corda com a faca que ali ficara. A Rafaela começou a cair, enquanto sentia Tanya fugir com o homem.

- KITT! Salva a Rafaela!

KITT colocou-se debaixo de Rafaela, abriu o tejadilho e a Rafaela caiu no lugar de Michael, Michael foi a correr preocupado e completamente esgotado, abriu a porta

- Estas bem, filha? - perguntou com uma voz ofegante

- Estou, pai! – disse sorrindo

A polícia apareceu no local depois de KITT os chamar, a Rafaela saltou para o lugar do lado e Michael sentou-se no seu lugar.

- Vamos levar-te ao Hospital, Michael – disse KITT

- Não… eu estou bem… vamos para casa

- Mas pai… - disse Rafaela preocupada

- Eu estou bem, filha! não te preocupes… - Michael sabia que não era verdade, mas não queria preocupar Rafaela, por isso tentava manter-se desperto a todo o custo, custava-lhe manter-se acordado, custava-lhe respirar, custava-lhe mexer o braço. Michael deixou KITT guiar e tentou mudar a conversa - como me descobriram?

- Bem ‘o criminoso volta sempre ao local do crime’, foi o que me disseste e então… PAI?? 

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