Live Like a Knight || cap. O4

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Rafaela permanecia em frente do portão da escola à espera do seu pai que lhe prometera que ia buscá-la à escola para almoçar com ele. No entanto estava atrasado e isso não era normal, o que deixava a menina muito preocupada com o que poderia ter acontecido para um atraso assim. Ela tinha um mau pressentimento desde manha, melhor dito desde que olhou para a professora de matemática e depois de toda aquela confusão e curiosidade aquele pressentimento estava cada vez maior. Rafaela seguia encostada ao muro da escola e começava a balançar com a mala da escola nas mãos em frente das pernas, enquanto se perdia nestes seus pensamentos. Olhou para o lado e notou que vinha um carro preto.

 – KITT! - exclamou sorrindo alegremente - Chegaram! 

O carro preto estacionou mesmo em frente a Rafaela e fez com que ela visse a luz vermelha no capô do carro que andava de um lado para o outro. Rafaela sorriu ao olhar para a luzinha de um lado para o outro, era algo que ela fazia desde pequenina, como ela diria ‘’luzinha kawaii’’. A jovem separou-se do muro da escola e aproximou-se do carro, quando se aproximou a porta do carro abriu-se.

- Olá, KITT! – disse Rafaela sorrindo e entrando no lugar do co-piloto, mas notou que não havia ninguém dentro do carro – O meu pai?

- Olá, Rafaela! – Respondeu o carro – não sei, apenas me disseram para te levar para à fundação.

- hmm.. não sabes? Que estranho! O papá não te anda a dizer as coisas todas?! Ai ai que eu zango-me com ele!

- Eu estava a começar a manutenção com a Bonnie, mas depois pediram para te vir buscar.

- Owwwwnn Obrigada, KITT – disse sorrindo.

‘’KITT são as siglas de Knight Industries Two Thousand… O KITT é um carro! Sim! Um carro, um Pontiac FireBird Trans-AM preto, artilhado com a mais avançada tecnologia e equipamento bélico de defesa, para além de inteligência artificial, que não só lhe permite falar como também lhe dá uma personalidade e um sentido de humor refinado. Ele foi construído e desenhado por uma equipa da fundação, a partir das ideias de dois homens: o Tio Wilton e o avô Devon. Sempre pensaram em criar um carro que fosse a favor da justiça e ajudasse neste sonho, e assim nasceu o KITT. Eu desde que me lembro vivo com o KITT, pois ele foi desenhado e programado para ser o companheiro de uma só pessoa: Michael Knight.  Por isso o KITT vive connosco. Eu lembro-me do KITT a ajudar-me a fazer os meus trabalhos de casa, ou a vermos filmes e a passear, o KITT é um grande amigo, o KITT faz parte da família!’’

- Como correu o teu primeiro dia, Rafaela?

- Correu bem! Conheci uma amiga nova, a Andrea-chan! Ela e super simpática 0(>//<)0

- Os amigos são muito importantes !

- Sim, eu sei, KITT! Mas independendo de muitos amigos que eu possa ter, tu serás dos mais importantes – disse soltando um sorriso alegre

- O mesmo te digo eu a ti, Rafaela

Rafaela sorriu ao ouvir aquilo. Quando olhou para a janela notou que já haviam chegado à fundação, o KITT foi para a garagem. A fundação era uma mansão enorme dividida em 2 edifícios com uma arquitectura clássica de 2 andares, em frente do edifício principal havia uma fonte com a peça de xadrez ‘’o cavalo’’ (‘’The Knight’’ em Inglês) desenhada no fundo da fonte e um largo onde passavam os carros, o segundo edifício é constituído só por quartos onde dormem convidados ou trabalhadores da fundação. Na garagem, que se situa nas traseiras do edifício principal, estava Luís ainda com o fato de desporto da escola vestido a falar com uma mulher estava vestida com o fato-macaco azul com um símbolo do cavalo (a peça de xadrez) e era pouco mais velha que Luís tinha o cabelo escuro apanhado por um rabo-de-cavalo e os seus olhos castanhos-claros diziam que ela estava preocupada com algo, a conversa estava um pouco exaltada e eles não deram pela entrada de KITT com Rafaela.

- Aquela Maldita Mulher! – disse Luís exaltado – Não conseguiu... por sorte, matar o Michael, e agora anda por aí a fazer das suas. Se eu pudesse...

- Ah!? – Rafaela soltou um gemido preocupada, o que deixou Luís e a rapariga sem fala a olhar para KITT . ‘’matar o papá?! Porquê?!’’

- KITT! Rafaela! Há quanto tempo estão aí? – perguntou a mulher espantada e com medo do que a menina possa ter ouvido.

- Acabamos de chegar – respondeu KITT – Estavam a falar da Tanya Taylor?

- Tia Bonnie, Tio Luís, quem quer matar o papá? Quem é essa Tanya? – disse Rafaela que saía de KITT com um olhar preocupado.

- Não te preocupes com isso... - disse a jovem mulher sorrindo quando notou o olhar preocupado da menina - olha… sei que hoje ias almoçar com o teu pai, mas vens almoçar comigo, está bem? – disse sorrindo – e depois podes ajudar-me com a manutenção do KITT, sim?

- Ok… mas e o meu pai? – perguntou Rafaela

- Está no escritório do ‘’Sr.’’ Devon em reunião – disse Luís levando para a brincadeira, Luís sabia que Rafaela poderia sofrer bastante com a situação por isso decidiu levar para a brincadeira e distrai-la com algo.

- Mas… - Rafaela baixa o olhar - ele está bem?

- Sim, não te preocupes. Ele tem de estar presente naquela reunião, ele pede imensas desculpas por faltar ao vosso encontro – disse Bonnie

- Mas não te preocupes, almoças connosco! – disse Luís sorrindo e colocando as suas mãos nos ombros de Rafaela. Esta sorriu para o tio mas o seu olhar preocupado não desapareceu. Ela sentia algo que não era nada bom.

Durante o almoço. Foram almoçar a um restaurante perto da fundação, onde iam normalmente muitos trabalhadores da fundação englobando a família Knight.

- Tu auto-convidaste assim, Luís? – perguntou Bonnie provocando-o. Bonnie e Luís decidiram alegrar Rafaela, fariam de tudo para que ela estivesse a rir.

- Há coisas assim, maninha!  – com um tom desafiador e um sorriso brincalhão enquanto via o menu - Tu também queres destruir o português com um ''auto-convidaste'' e ninguém de disse nada.

- Ah! Ok! - disse retribuindo o olhar desafiador de brincadeira - O quê? Deixa o meu português, sim? Mas... Já que vieste a um almoço de raparigas, vais ouvir conversas de raparigas, certo? – disse Bonnie olhando de lado para Luís

- NAAOOO!!! – Luís começou com o seu olhar de ‘’gatinho do Shrek’’ que era como ele chamava - És má para o teu maninho pequenino.

- Claro que sim!  Sou mais velha por alguma razão – dizia enquanto ria - vou falar de homens altos, elegantes, lindos, musculosos .. como o Richard - dizia babando pela visão de ver Richard em tronco nú.
- AHHHH!!! Não digas mais nada!! - suplicava Luís ao imaginar vários homens na sua mente

Luís e Bonnie continuavam na brincadeira para distrair Rafaela de qualquer pensamento louco que pudesse ter naquele momento. E a menina ria ao ver os tios a provocarem-se mutuamente na brincadeira.

- Mas eu só tenho tios assim? – dizia enquanto ria

- Eu sou absolutamente normal – olhou para a sua sobrinha e piscou-lhe o olho – aqui o meu maninho é que é a ovelha louca da família!

- Eu? – disse Luís indignado – Olha quem fala!

‘’A minha tia… Bonnie Patricia Long Knight, nasceu no dia 27 de Novembro de 1972 é a 2º dos filhos do avô Devon, também é membro da fundação é a mecânica de KITT. É a filha mais inteligente de todos os filhos do avô, ela é espantosa, por isso ela entrou para a equipa de apoio do KITT com apenas 16 anos, desde aí é ela que arranja qualquer problema que o KITT possa ter e ainda dá-lhe novas capacidades. Para além de ser divertida e muito simpática ela é sem duvida uma grande pessoa. Teve a sorte de encontrar quem a faça feliz e de manter-se na fundação e ainda vive connosco e está sempre a cuidar de todos. Mas a Tia Bonnie enerva-se com facilidade, principalmente se tiver a ver com o seu trabalho e esforço, por isso ela esteve um bom tempo zangada com o papá, porque ele destruiu o KITT, uma vez... eh..eh..eh... Mas sem dúvida o seu grande amor é o tio Richard, é curioso mas os dois irmãos Knight acabaram por se apaixonar pelos irmãos Moser. E a Bonnie é mesmo louca pelo Richard, mas ficamos felizes desde que ela seja feliz com o tio Richard né?’’

Quando voltaram à fundação, foram saber novidades sobre a reunião, mas esta ainda não tinha terminado por isso voltaram para a garagem de KITT. Quando lá chegaram Bonnie iniciou a manutenção e os ajustes de KITT enquanto Luís e Rafaela apenas estavam lá pela companhia. Estavam ambos sentados nos puffs que lá estavam na garagem para os irmãos Knight, enquanto que Bonnie se encontrava deitada debaixo de KITT enquanto mexia e remexia.

- Rafaela, dás-me a chave-inglesa, por favor? – pediu esticando o braço cá para fora.

- Toma! – Rafaela deu a chave a Bonnie

- Obrigada!

-Tia… Tio… Podem contar-me quem é essa tal Tanya e o que ela fez?

- ... Tanya ... – sussurrou Luís, mostrando, sem querer um olhar cheio de ódio e preocupação

- O que é que aconteceu? – perguntou Rafaela – vocês ficam tão preocupados quando ouvem esse nome…

- Queres saber o que aconteceu? – perguntou Bonnie saindo debaixo de KITT e olhando para Rafaela que acenava que sim – Bem… eu não sei se te deva contar, mas ok… Tanya Taylor foi uma mulher que o teu pai conheceu pouco tempo depois de ter entrado na fundação.

- Ela fez-se passar de vítima boazinha e tal, que queria justiça neste mundo, e que sabia que um homem queria roubar – disse Luís que parecia não gostar nada dela

- Ela fez-se amiga do Michael e do Luís…

- Ela nunca foi minha amiga!! – argumentou Luís zangado

- Não desvies a conversa! Voltando… e ao ser amiga dos 2 esteve sempre mais ou menos a par da situação por dentro da fundação, incluindo a investigação, mas depois o teu pai descobriu que ela não queria justiça e que o homem que ela culpava era inocente. E então conseguiu o que queria com a ajuda da fundação... Mas não levou consigo a fortuna que queria devido a Michael que estava atento

- Quando ela descobriu que o Mike sabia da verdade, não ficou feliz só com o que tinha roubado, tinha que saber que ele não estaria por perto, então num confronto com o Michael voltou a fazer batota e disparou contra ele fugindo sem ser presa…

- Disparou contra o papá?? Sem ser presa?? – Rafaela estava em choque, como é que alguém tem tanto odeio a alguém a esse ponto.

- Pois o Michael sobreviveu por milagre, pensámos todos que ele morria naquele momento, o tiro foi direccionado ao rosto, por sorte foi de raspão, mas ainda assim foi um risco enorme, só o milagre o salvou…

- Será por isto que ele não tolera ter nada apontado a ele? – pensava Rafaela em voz alta

- Sim. Depois disso esteve uns meses afastado da fundação porque nada podia ser lhe apontado, ele entrava em pânico

- A sorte dele foi a Joana – disse Bonnie sorrindo enquanto tinha um olhar de saudade

- A mamã?

- Sim – disse Luís sorrindo e olhando para Rafaela.
Rafaela mostrou um sorriso com um pouco de tristeza no olhar. Sentia-se feliz por saber que a sua mãe amava tanto Michael e estava lá para ajuda-lo quando ele precisou, mas sentia a tristeza de isso não acontecer mais.

- Mas… matar o meu pai… porquê?

- É verdade! Para nós ele é das melhores pessoas à face da Terra, mas para gente como a Tanya Taylor ele é um alvo para abater rapidamente… ainda bem que o KITT está sempre por perto.

- Obrigada, KITT! Por estares sempre com o papá – disse Rafaela virando-se para KITT e mostrando um grande sorriso

- De nada! É o meu dever! Eu também não quero que algo aconteça ao Michael.

- Ao menos sabemos que o KITT é muito afeiçoado ao Michael – disse Luis rindo

- Quem não é? – Perguntou Bonnie

- Agora que penso nisso… pobrezinha de ti, Rafa, tens de dividir o teu pai para esta gente toda – disse virando-se para Rafaela com uma cara de gozo

- Mas só partilho um bocadinho muito pequenino – Rafaela voltou a sorrir e mostrava um pedacinho com os dedos

- Egoísta!

- Aprendi contigo, Tio! - disse enquanto sorria

- Também só sabes ensinar estas coisas à nossa sobrinha – disse Bonnie provocando Luis outra vez

- Mas estão todos contra mim hoje?? – disse Luís mostrando outra vez aquele olhar de ‘’gatinho do Shrek’’

Rafaela e Bonnie começaram a rir. Bonnie depois continuou de um lado para o outro.

- Tia, que procuras? – perguntou Rafaela

- Falta-me uma chave…

- A última fez que a vi, estava com a April – disse KITT

- Se não está aqui de certeza que está na biblioteca – disse Luís rindo

- Podes ir lá busca-la?

- Eu vou lá, Tia

Rafaela foi até a biblioteca esta encontrava-se no andar de baixo, o mesmo que a garagem, chegou ao hall onde passou pela recepcionista.

- Olá, Sandra-san!

- Olá, Rafaela-chan! - disse a recepcionista sorrindo – não sabia que estavas aqui.

- Cheguei a bocadinho, vim da escola.

Chegou à biblioteca. A biblioteca era uma sala cheia de livros, era onde estavam todos os arquivos da fundação e respectivos relatórios que fazem parte de todos os trabalhos feitos pela fundação, também é lá onde estão os arquivos sobre KITT e sobre mecânica. Rafaela olhou para cima da mesa e viu lá 2 chaves, pegou nelas e voltou para a garagem.

- A tia April é assim – comentou para si mesma a rir

‘’A minha tia… April Rebecca Long Knight, nasceu no dia 12 de Setembro de 1976 é a mais nova dos 4 filhos do avô Devon. Foi a única que herdou o cabelo quase loiro da minha avó e os olhos azuis do meu avô, os outros têm todos o cabelo castanho e apenas o papá tem os olhos azuis. Ela está a estudar para tornar-se uma mecânica tão boa como a Tia Bonnie, por enquanto trabalha na fundação como mecânica auxiliar de KITT, mas espera vir a tornar-se uma boa mecânica e informática. A tia April tem a Tia Bonnie como o seu grande exemplo a seguir, sempre admirou a tia Bonnie. É uma pessoa esforçada e sonhadora, mas é bastante distraída e a sua memória não a ajuda muito, muitas vezes deixa as coisas e depois não sabe delas. Mas é a mais querida dos quatro irmãos e a que mostra um grande amor pelo seu pai, os seus irmãos e a sua sobrinha.’’

Quando Rafaela chegou à garagem, reconheceu imediatamente uma voz bem familiar. Bonnie, Luís e KITT estavam com alguém mais, um homem alto com cabelo castanho encaracolado, estava de costas para Rafaela a falar com os restantes. Trazia um casaco de cabedal preto, camisa clara e umas calças de ganga, estava a falar com eles calmamente sem se virar para Rafaela. Mas esta sabia perfeitamente quem ele era.

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