Live Like a Knight || cap. 15

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- Joana, o que se passa? - Michael fez a pergunta com medo da resposta. Não era normal a menina contactá-lo sem ser através de KITT, uma vez que ela tem o contacto de KITT e outra coisa que o deixava preocupado era a menina estar a contactá-lo àquela hora da manhã com aquela voz. 

- Ela está contigo? - perguntou a menina com uma voz ofegante com a esperança que Michael afirmasse a sua questão

- Quem? - ele perguntou.

 Michael já suspeitava que sabia a resposta, o seu coração parecia que ia parar a qualquer momento, estava estupefacto a olhar para o caderno de Devon enquanto ouvia a voz da menina. Michael fazia grandes pausas na conversa, o medo era demasiado grande e a dor que começava a aparecer no seu peito era cada vez maior e mais dolorosa. Michael desejava que a pequena andasse à procura alguém que não aquela pessoa.

- A Rafaela! - a menina notou que Michael estava a entrar em pânico - Ela desapareceu! Podes vir aqui ter comigo?

Michael ao ouvir a confirmação da sua suspeita pela voz da menina ao telefone ficou imóvel de pé da secretária de Devon, onde tinha atendido aquela chamada. O seu coração quase que parava e o desespero aumentou. Na sua mente muitas coisas poderiam ter acontecido, muitas possibilidades passavam na sua mente: a sua filha poderia ter sido raptada, violada, morta, torturada, tantas coisas que passavam naquela mente. 

A pequena Joana tinha medo da reacção de Michael ao saber do desaparecimento da sua menina, mas a rapariga estava preocupada com a sua amiga e a única pessoa que ela poderia recorrer era ao pai da jovem Knight.

- Michael?

A menina notou que ele deixara de responder, enquanto que Devon e Luís que olhavam para a cara de Michael que lhes dizia que algo muito mau acontecera, o chamavam. 

Michael simplesmente deixou de ouvi-los. Rafaela sempre esteve bem, mesmo como Card Captor, Michael sempre esteve lá para ajudar e ela saiu sempre ilesa de qualquer dano, como é que ela desapareceu agora? O medo de perder a sua filha era demasiado grande e perante esta situação ele tinha um mau pressentimento, e normalmente os seus pressentimentos não falhavam. No meio de todos estes pensamentos ele viajou até ao momento em que a sua amada havia sido morta, ele colocou a sua mão no peito apertando a camisola, a dor ao pensar em perder a sua menina era igual à que ele sofrera à 16 anos ao perder a mulher que amava. Mas foi então que na mente de Michael:

- ''Papá''

Apareceu a imagem de sua filha que sorria e o chamava, com aquele sorriso mesmo dela. Michael voltou a si, notou que todos o chamavam apenas agarrou, com força, o auscultador do telefone.

- Joana, encontramo-nos no portão daqui a 5min!

- Ok! - dizia a menina que chorava do outro lado. 

Michael desligou o telefone e ia disparado a sair, pegou no seu casaco que estava em cima do sofá e seguiu para a porta.

- O que se passa, Michael? - perguntou Devon

Michael voltou-se.

- A Rafaela... a Joana disse que ela desapareceu..

- Achas que poderia...? 

- Não quero pensar nisso, pai!

- Mike, eu vou contigo! - disse Luís que se aproximava de Michael

- Não! Fica aqui.. deixa-me primeiro ver o que aconteceu, quando precisar eu chamo-te

- Tens a certeza?

- Tenho!

- Cuidado, filho!

Michael estava mais sério que nunca. Estava a tentar controlar toda a sua fúria e preocupação pela sua menina. Saiu da fundação apressado e entrou em KITT sem dizer uma única palavra. KITT começou a ficar preocupado, Michael ia a acelerar com uma cara preocupada e não dizia nada.

- Michael, passa-se alguma coisa?

- A Rafaela desapareceu!

- O quê? Como?

- Não sei, parceiro.. não sei...

Na escola, Joana ainda estava agarrada ao auscultador do telefone, ela pedira aos professores para telefonar a Michael dando a desculpa que não sabia o numero de telefone de casa da sua amiga, e por isso foi conferir os dados de contacto com a fundação. A menina estava tão nervosa que nem sequer se lembrava do numero de KITT. Ela tremia e na sua mente apenas vinha aquele mau pressentimento que algo muito mau poderia acontecer à sua amiga, ela não poderia viver se a sua grande amiga morresse, a menina ficou ali até que, sem saber quanto tempo passou, largou o telefone e saiu da sala que estava vazia. Quando saiu da sala começou a correr até ao portão e quando lá chegou notou que KITT se aproximava, assim que viu o carro aproximar-se foi a correr ter com eles e quando Michael saiu do carro a menina agarrou-se a ele. Michael notou que a preocupação da menina era tremenda.

- Calma...

Joana acalmou um bocado, tentou deixar de chorar e Michael encaminhou-a até ao capot de KITT onde se sentaram os dois. Foi então que Joana começou a contar o que acontecera.

- Michael, eu estive com a Rafaela esta manhã.. ela até estava gelada com sempre... eh eh eh.. - a menina tentava rir mas não conseguia - Eu encontrei-a de manhã... vim mais cedo por... causa do recado da professora de matemática... Mas quando cheguei à sala de au..aula.. não vi lá ninguém  por...isso decidi vir até cá fora.. foi quando encontrei..me com ela.....

--- Flash Back ---

Joana saía do edifício e ao olhar para a frente deparou-se com a sua amiga que vinha na sua direcção enquanto esfregava as suas mãos. A menina de cabelos escuros foi ter com a sua amiga a correr, quando se aproximava a jovem Knight olhou para a frente e notou que esta se aproximava e então Joana pôde ver um sorriso cálido de Rafaela, enquanto que acenava para a amiga.

- Bom dia, Joana!

- Bom dia! 

- Nya! Hoje está mais frio que ontem - disse enquanto tremia de frio e tentava aquecer as mãos.

- É verdade.. - aproximou-se da amiga e pegou nas suas mãos e tentou aquecê-las

- nyaaaaa... tens as mãos tão quentinhas, Joana!!

Joana apenas sorriu para amiga vendo a sua cara de conforto e alegria ao estar a aquecer finalmente.  (   = w =) (^   -   ^ ) 

- Vamos então para a sala, lá deve estar menos frio que aqui.

- Vamos!

As meninas entraram no edifício e seguiram até à sala de aula, a caminho Rafaela ouviu um nome conhecido e parou de andar, tentando ouvir o que a pessoa em questão falava. Joana notou que a amiga deixara de acompanhá-la e voltou atrás para ver o que se passava, Rafaela estava séria, foi então que notou que a pessoa descia as escadas então escondeu-se debaixo das escadas e agarrou Joana tapando-lhe a boca e pondo-se em posição para defende-la caso a pessoa as encontrasse. Joana estava completamente assustada enquanto tentava olhar para a amiga, era a primeira vez que via Rafaela actuar assim e se ela estava assim era por algum motivo. No entanto a amiga parecia estar a tomar atenção ao que a pessoa falava. Foi então que a pessoa voltou para trás e Rafaela e Joana puderam sair dali. Rafaela seguia Joana até à sala em silencio de cabeça baixa enquanto que a amiga tentava saber o que se passava naquela cabeça, antes de entrar na sala Rafaela apenas sussurrou:

- Aquela voz.. onde eu já a ouvi?...

Joana olhou com preocupação para a amiga, mas não disse nada. As meninas entraram na sala e viram que estavam lá todos os seus colegas, Andrea foi ter com as duas meninas, e enquanto Joana tentava disfarçar o que acontecera, Rafaela nem sequer notou na presença de Andrea. A aula decorreu normalmente, a professora continuava a dar matéria, mas foi então que a professora chamou Rafaela ao quadro. Mas Rafaela não estava a tomar atenção e não ouviu a professora a chamar. A professora voltou a chamar 2 vezes por Knight, mas a menina continuava a olhar pela janela.

- KNIGHT!!

Rafaela de repente, na sua mente, viu a cena de alguém gritar ''Knight'' e foi nesse momento que ela se recordou de quem era aquela voz que se lembrava. Despertou dos seus pensamentos em pânico e foi quando deu de caras com a sua professora de matemática que estava à sua frente. A menina olhou de cima a baixo para a professora e foi então que ela entrou em desespero. Agora sabia porque tinha acontecido tudo aquilo.

- Quando eu te chamo é para me ouvires, ouviste, Knight? - a professora estava furiosa, mas ela disse aquele Knight com outro ênfase.

A professora voltou para o seu lugar e Rafaela apenas baixou o olhar incrédula e sussurrou para si, permitindo que as amigas pudessem ouvir

- Eu não acredito... é ela...

A professora quando chegou ao seu lugar pegou no telefone, mandou uma mensagem, depois virou-se para os alunos.

- Fiquem aqui eu tenho que levar a Knight para o Conselho Directivo por não tomar atenção às minhas aulas

Joana olhou de imediato para a amiga e notou na preocupação que ela tinha na sua cara, e não era uma simples preocupação do tipo de quem vai para um conselho directivo, ela estava mesmo cheia de medo, como se a sua vida dependesse disso. Rafaela olhou para Joana, sorriu mostrando o medo nos seus olhos

- Se acontecer alguma coisa.. diz ao meu pai que a professora não gosta de Knight - Rafaela tentou rir como se estivesse tudo bem, tentando ocultar que já sabia quem era a professora. A professora aproximou-se da jovem Knight e esta apenas disse - adeus... Joana...

O coração de Joana doía lhe ao ouvir aquelas palavras, mas a menina ficava na esperança que a amiga voltasse depois de levar uma falta disciplinar. Joana olhava para Rafaela que saía da sala acompanhada da sua professora de matemática com as suas mão ao peito.

--- Fim de Flash Back ---

- Mas isso não aconteceu.. ela não... não voltou.... - Joana olhava para o chão tentando controlar as suas lágrimas e angustia.

Michael pensava agora no que Joana contara sobre a amiga. Mas depois olhou para a menina e tentou acalmá-la, não a podia deixar assim

- Obrigado, Joana! - disse tentando mostrar um sorriso - Eu vou trazê-la de volta, não te preocupes.. 

Joana acenou que sim, depois colocou-se de pé em frente de Michael

- Obrigada, Michael... se precisares de alguma coisa diz-me, ajudarei no que puder! - dizia enquanto limpava as lágrimas olhando para Michael. - acho que vou voltar à aula, eu disse que apenas ia à casa de banho..

- Obrigado, já ajudaste bastante. Eu assumo a partir daqui. - Joana entrou na escola e seguiu para a sala e Michael vendo a menina a afastar-se voltou a pensar em Rafaela, uma grande dor no coração surgiu, a preocupação era demasiada. Mas Michael tinha que procurar a sua filha, ele tinha de trazê-la a salvo para casa.

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